Oitenta e três internos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) prestaram vestibular, nesses dois dias, quinta e sexta-feira (17-18/09), para cursar Ensino Superior à Distância da Universidade Estácio de Sá. A iniciativa está inserida no programa “Libertando o Saber”, promovido pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) em parceria com a cogestora Reviver Administração Prisional Privada.
A Seap fechou com a Universidade Estácio de Sá uma parceria de bolsas ilimitadas com 70% de desconto, ou seja, para quantos reeducandos estiverem interessados e capacitados a fazer um curso superior em qualquer área que desejar. Atualmente, 11 internos do Compaj já estão inseridos no ensino superior à distância em diversos cursos, iniciados no primeiro semestre deste ano.
Para esse novo semestre, a Estácio acordou com a secretaria a criação de um núcleo da universidade dentro da unidade prisional para prestar apoio pedagógico aos alunos. “O Compaj vai receber um núcleo da Estácio aqui dentro, com um tutor permanente, dando apoio, celeridade e atendimento diferenciado aos alunos com resolução de problemas que surgirem, o que contribuirá com a diminuição da evasão e o aumento da adesão”, declarou Eduardo Alberto das Chagas, professor e mantenedor da Estácio.
Uma nova sala, equipada com mesas, computadores, ar-condicionado, material pedagógico e toda restaurada pela mão de obra carcerária está sendo preparada para a nova turma de estudantes. ”Nós entendemos que a ressocialização só é possível pelo estudo aliado ao trabalho. Portanto trabalhamos para que tantos quanto possível possam participar de oportunidades como essa”, afirmou o diretor da unidade, Lucas Maceda.
As aulas acontecerão nos períodos da manhã, tarde e noite, em dias alternados para atender o maior número de internos e respeitar as normas de distanciamento social, necessárias à prevenção da Covid-19. A didática das aulas consiste em uma tríade: leitura de um texto escrito, um vídeo e um exercício para fixação do assunto estudado.
Colaboração – Maceda lembra que “as famílias exercem importante papel nesse processo, pois são elas que vão fazer as matrículas dos internos, levando toda a documentação dos internos no local indicado, e é quem vai arcar com os outros 30% necessários para o ingresso no curso. Nesse sentido é um projeto de colaboração envolvendo todas as partes e beneficiando toda a sociedade, uma vez que esse reeducando sai com uma formação para servir à sociedade e sua família”.