Faro de narcóticos, localização de pessoas desaparecidas e busca por armas de fogo. Essas são algumas das atividades policiais realizadas com o emprego de cachorros. Assim como as estrelas caninas do cinema Rin-Tin-Tin e K-9, na vida real os animais da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães), da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), formam uma parceria perfeita com os militares em grandes operações, revistas em presídios, reintegrações de posse e até apresentações cívicas, desportivas e sociais.
Ao todo, 18 cães estão em atuação na Companhia da PMAM. São animais das raças Labrador, Doberman, Pitbull, Rottweiler, Pastor Belga Malinois e Pastor Alemão. Para atuar nas ruas, os animais seguem uma rotina de treinamento, além de cuidados veterinários e com alimentação. O adestramento com os animais envolve atividades de corrida, resistência física e agilidade para aprimorar e aumentar seu tempo de trabalho nas operações.
As particularidades e habilidades específicas de cada cão também são desenvolvidas para desempenhar determinada tarefa. Alguns têm mais aptidão para realizar as funções de busca, captura e resgate ou o rastreio de entorpecentes e armas; desse modo são adestrados pelos policiais para esses tipos de ação.
Subcomandante da CIPCães, o capitão Elton Calado explica que o trabalho com os cachorros de faro de narcóticos é contínuo. ‘‘Os nossos cães são capazes de farejar diversos tipos de drogas, incluindo maconha, maconha do tipo skunk, cocaína, pasta base e diversas outras. A companhia realiza o treinamento com o intuito de que os cães possam farejar e identificar a presença das mesmas durante as operações’’, enfatiza Elton.
Em ação – Somente em 2020, a parceria entre cães e policiais tirou de circulação cinco armas de fogo, munições e localizou 15 cadáveres. Atuaram ainda em 13 reintegrações de posse em Manaus. Mais recentemente, os animais vêm atuando também na Base Fluvial Arpão, criada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) para combater o narcotráfico no rio Solimões.
O patrulhamento tático realizado nos finais de semana e feriados em áreas com alto índice de violência corresponde a mais da metade de todas as ocorrências atendidas pela CIPCães, entre janeiro e julho deste ano. Foram 117 casos de patrulha neste período.
Em relação à apreensão de entorpecentes, foram contabilizadas 44 ocorrências nos primeiros sete meses do ano, quando 287 quilos de drogas, como maconha e cocaína foram apreendidos com a ajuda dos cães farejadores. Os dados são da SSP-AM.
Todas estas ações e resultados são consequências da capacitação dos militares formados em cursos operacionais, oferecidos pela própria PMAM, por polícias de outros estados da federação, pelo Exército e até de países vizinhos como Argentina e Colômbia, referências no combate às drogas com o auxílio de cães.
Com a conclusão do curso que dura, em média, de dois a três meses, os policiais são treinados em estágios de 21 dias até a especialização completa no adestramento dos cachorros.