O curta-metragem “O Barco e o Rio” venceu cinco prêmios no 48º Festival de Cinema de Gramado, ocorrido no último sábado (26). O filme, de autoria dos egressos do curso de Audiovisual da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Bernardo Abinader e Valentina Ricardo, foi o primeiro curta-metragem amazonense a ser indicado ao Festival.
A obra conquistou, na categoria Curta-metragem Brasileiro, os prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção – Bernardo Abinader, Melhor Fotografia – Valentina Ricardo, Melhor Direção de Arte – Francisco Ricardo e na categoria Júri Popular, Melhor Curta Brasileiro.
O diretor e roteirista do curta-metragem, Bernardo Abinader, revela que não esperava levar tantos títulos na premiação e espera que as conquistas sirvam para dar mais espaço às produções amazonenses no cenário nacional. “Esperamos que os prêmios contribuam para fortalecer o Audiovisual da região e que as pessoas entendam a importância de investir em cinema”, enfatizou.
Bernardo fala ainda sobre as dificuldades de gerar arte na região e dedica as vitórias na premiação a todos os produtores de Audiovisual do Amazonas. “Buscamos espelhar o que é ser amazonense, as especificidades das vivências, nossa identidade e isso enfraquece os estereótipos que as pessoas de outros estados brasileiros têm em relação ao Amazonas”, concluiu.
Sobre “O Barco e o Rio” – O curta-metragem conta a história das irmãs Josi e Vera que, apesar de viverem em mundos completamente diferentes, precisam conviver juntas para cuidar de um barco que foi herança de família e fica na zona portuária de Manaus. Enquanto Vera é religiosa e trabalhadora, Josi gosta de beber na balsa amarela e viver sua sexualidade de forma mais livre.
De acordo com Abinader, o objetivo do curta foi abordar assuntos como identidade, sexualidade, gênero, relações familiares e, também, como esses temas são influenciados pelas dificuldades financeiras. A ideia surgiu numa atividade realizada em sala de aula, quando éramos alunos da UEA, mas sempre houve o desejo de explorar o ambiente do porto e a riqueza estética do rio Negro.
Como nasceu – As primeiras conversas sobre “O Barco e o Rio” surgiram na UEA, em 2018. Na época, Valentina e Bernardo já haviam realizado outros trabalhos e curtas universitários (“Os Monstros”, “Amém” e “A Goteira”) e constituído em parceria com a atriz Ana Oliveira, a Fita Crepe, empresa de cinema e artes cênicas. Em 2019, com o apoio do Edital Prêmio Manaus de Audiovisual foi possível produzir e filmar o projeto.