A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu, nesta quarta-feira, 6/7, a primeira etapa do treinamento para o manejo clínico da hanseníase, direcionado aos profissionais de saúde do Sistema Penitenciário do Estado do Amazonas (Seap-AM).
Com carga horária de oito horas, o treinamento foi realizado na sede do Complexo de Saúde Oeste, no conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, zona Oeste, reunindo enfermeiros que atuam no Seap.
“Pessoas privadas de liberdade convivem em ambientes fechados por períodos longos de tempo. Então, se houver algum interno com hanseníase, sem tratamento, poderá ocorrer a proliferação do bacilo de Hansen, causador da doença, aumentando o risco de transmissão”, explicou Ingrid.
Conforme a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Ingrid Simone Alves dos Santos, o treinamento é necessário para fortalecer o trabalho de busca ativa de casos da doença no âmbito do sistema prisional.
A última etapa do treinamento vai ocorrer no próximo dia 19, quando o público-alvo será formado por médicos do Seap.
O treinamento abordou temas como: conceito de hanseníase; causas da doença; formas de transmissão; identificação de casos suspeitos; tratamento e cura; identificação de contatos de pacientes com hanseníase; teste rápido em hanseníase e fluxo implantado no município.
“O fortalecimento da qualificação destes profissionais é uma estratégia a mais na busca pelo diagnóstico precoce da hanseníase e, consequentemente, garantindo a quebra da cadeia de transmissão. Após o treinamento, os profissionais estarão aptos para realizar a busca ativa de casos suspeitos utilizando o Questionário de Suspeição em Hanseníase (QSH), e terão mais informações para intensificar o trabalho de educação em saúde sobre sinais e sintomas, orientando a população privada de liberdade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces para que a doença não cause sequelas irreversíveis”, destacou Ingrid.
“A transmissão da hanseníase requer um convívio próximo, com os sintomas podendo surgir entre dois e sete anos a partir da contaminação. Por esse motivo, é essencial realizar o acompanhamento dos contatos dos detentos diagnosticados com hanseníase. Só assim é possível detectar a doença de forma precoce, quebrando a cadeia de transmissão e evitando o agravamento da hanseníase, que pode ocasionar lesões neurais com grau de incapacidade física irreversível e que são responsáveis pelas deformidades que o paciente desenvolve”, alertou.
Quando ocorre a identificação de novos casos diagnosticados no âmbito do sistema prisional, os pacientes são acompanhados pelas equipes de saúde das unidades prisionais. Já os contatos intradomiciliares dos internos diagnosticados com a doença são acompanhados pela equipe da Semsa por cinco anos, com avaliação uma vez por ano nesse período de tempo ou a qualquer momento em caso de aparecimento de sinais e sintomas.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e a transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros.
Doença
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Na fase inicial da doença, a hanseníase é caracterizada por lesões na pele e nervos que causam diminuição ou ausência de sensibilidade. Em estágios mais avançados pode ocorrer, entre outros sintomas, formigamentos, câimbras, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés, com diminuição ou perda de força muscular, inclusive nas pálpebras.
Foto – Divulgação/Semsa
Texto – Eurivânia Galúcio/Semsa
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