A Prefeitura de Manaus está promovendo uma série de ações para alertar a população sobre os perigos do uso indiscriminado de remédios, atitude considerada prejudicial à saúde. Com o objetivo de mudar esse hábito, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) participou, nesta quarta-feira, 4/5, de atividades de sensibilização e promoção à saúde no complexo turístico da Ponta Negra, zona Oeste.
O secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, explicou que alguns medicamentos dependem de um determinado número de doses e os componentes químicos contidos neles podem provocar reações alérgicas, desde leves até as mais graves, e até dependência. Por conta disso, a prescrição médica é fundamental, já que grande parte dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) não possui esse conhecimento técnico.
“Existe algo na medicina chamado interação medicamentosa, que ocorre quando alguns remédios potencializam a ação de outros e acabam elevando o efeito daquela dose no paciente que se automedicou. Além disso, também existem medicamentos que são contraindicados para algumas doenças diagnosticadas”, alerta.
Djalma acrescenta que o uso indiscriminado de anti-inflamatórios, por exemplo, pode comprometer a função renal de pacientes que já sofrem com algum problema desse tipo, agravando sua situação de saúde. O alívio instantâneo dos sintomas, gerado pelo uso da medicação, também pode esconder a real causa do problema.
“Quando esses pacientes passam a usar medicamentos sem ter prescrição médica de alguém capacitado para isso, eles têm a intenção de melhorar de uma dor ou incômodo, mas podem estar atrapalhando e até prejudicando a fisiologia do seu organismo”, diz Djalma.
Ainda de acordo com ele, a prescrição “boca a boca” de medicamentos, com base em experiências positivas vivenciadas por pessoas conhecidas, também é um hábito negativo que precisa ser combatido.
“É muito comum a gente ver pacientes se automedicando, porque viram que um parente, amigo ou vizinho melhorou de algum problema de saúde ao fazer uso de determinado remédio. Eles acham que estão se ajudando, mas isso é muito prejudicial porque cada caso tem que ser avaliado individualmente”, reforça.
Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), com dados da consultoria Iqvia, em maio do ano passado, apontou que a pandemia de Covid-19 fez com que o Brasil registrasse um aumento expressivo de uso irracional de medicamentos, principalmente daqueles sem eficácia comprovada contra a doença.
Mudança de comportamento
Em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-RCP), a Semsa participa, nesta quarta-feira, a partir das 19h, de atividades voltadas à sensibilização da população sobre o assunto no complexo turístico da Ponta Negra. O evento faz parte das ações em alusão ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamento, celebrado em 5 de maio.
A subsecretária de Gestão da Saúde da Semsa, Aldeniza Araújo de Souza, conta que o principal objetivo da ação é buscar a mudança de comportamento dos usuários e orientar sobre os riscos da automedicação no organismo.
“Serão ofertadas aulas de zumba, para reforçar que a atividade física faz bem para a saúde, medição de pressão arterial, exames de glicemia, medição de circunferência abdominal, peso, altura, dentre outras atividades. Tudo isso com foco na mensagem de que é preciso fazer o uso racional dos medicamentos”, afirma.
Aldeniza lembra que, dentro da programação, os profissionais de saúde também estão sendo capacitados por meio do I Simpósio de Estruturação de serviços e organização das ações de assistência farmacêutica na Atenção Primária à Saúde (APS), na Perspectiva do Uso Racional de Medicamentos. O evento ocorre até o próximo dia 6/5, no auditório da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), na avenida Djalma Batista, 3.578, Flores.
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Foto – Divulgação / Semsa
Texto – Victor Cruz / Semsa
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