FOTOS: Arquivo pessoal/Jhony AzevedoItem indispensável na mesa dos amazônidas, a farinha de mandioca gera controvérsias quando o assunto é saúde. Pensando em como encontrar formas de manter a tão amada iguaria no cardápio de pessoas que possuem restrição alimentar, o professor de Matemática – e agora empresário – Jhony Azevedo desenvolveu cinco novas receitas de farinha orgânica do tipo Uarini especialmente para celíacos e atletas.
Há 57 minutos
Por Agência Amazonas
Projeto foi desenvolvido com recursos do Programa Centelha I, apoiado pela Fapeam, que incentiva criação de novas ideias
Os produtos desenvolvidos pela empresa de Jhony são as farinhas ovinha-magra enriquecida com farinha de maracujá; Uarini-ovinha com cúrcuma; Uarini-ovinha protein, enriquecida com hidrolisado proteico de peixe; uarini-castanha, rica em selênio; e farinha de rosca sem glúten. Todas são comercializadas prontas para consumo.
A iniciativa foi possível graças a recursos do Programa Centelha I, apoiado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O projeto resultou na criação da empresa Grãos Dourados, que já iniciou a comercialização das novidades em escala nacional.
O projeto, que atualmente se encontra em fase de execução, começou a ser idealizado em 2019 e contou com apoio de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) na orientação de pesquisas laboratoriais, no desenvolvimento das tecnologias para se produzir as farinhas orgânicas e até na escolha dos ingredientes e suas respectivas finalidades.
“Tivemos uma capacitação no Centelha, fizemos uma pesquisa e chegamos à conclusão de que a farinha é consumida de uma forma errada, faz mal pra pessoa. Inclusive, se você tiver gastrite, por exemplo, o médico vai lhe mandar cortar. Então pensamos em produzir um produto que pessoas que têm diabetes e outros problemas possam consumir”, explica Jhony.
Do plantio a feiras gastronômicas – As etapas do projeto, que vem sendo executado desde junho de 2020, englobam desde o plantio sustentável da mandioca no município de Uarini (a 565 quilômetros de Manaus), até a exposição do produto em feiras gastronômicas em outros estados.
“Pensamos na farinha de maracujá, que ajuda pessoas que têm artrite e artrose. Tem a cúrcuma, que é um produto anti-inflamatório e antioxidante. A gente estudou cada ingrediente e fez de uma forma que a farinha não perca sua essência”, revela o professor.
“Como eu sempre digo, muita gente não conhece Uarini como município, e o meu maior objetivo, aonde eu quero chegar, é na valorização dos agricultores. Que a gente possa ter um preço justo pras pessoas que fazem farinha lá, que tenha identificação da nossa região geográfica, ter esses locais como referência”.
Hoje, a empresa opera no formato e-commerce, com vendas realizadas pela internet. Assim, Jhony espera atingir o maior número de pessoas, tanto no Amazonas como em outras partes do país, e cumprir um de seus principais objetivos: valorizar a produção da farinha na região.
As inscrições já estão abertas para a nova edição do Programa Centelha 2 e vão até o dia 16 de março. Desta vez, o Governo do Estado, por meio da Fapeam, em parceria com Finep, investe R$ 3 milhões. O edital irá apoiar 50 propostas de inovação com até R$ 60 mil por projeto, para a geração de empresas de base tecnológica, além de ofertar Bolsas de Fomento Tecnológico Extensão Inovadora concedidas pelo CNPq.
Centelha – O Centelha é uma parceria entre a Fapeam, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operada pela Fundação Certi. A primeira edição do programa foi lançada em 2019 no Amazonas.
As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas por meio do site https://am2.programacentelha.com.br/