Entre as crianças indígenas com desnutrição grave que foram atendidas e são acompanhadas pela Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista (RR), 78% já ganharam peso. O resultado positivo das ações emergenciais do Governo Federal para combater a crise humanitária vivida pelo povo Yanomami foi divulgado nesta terça-feira (14/2). Ao todo, são 14 dos 19 crianças, todas entre seis meses e cinco anos de idade. Elas estão evoluindo de quadros graves para moderados de desnutrição, enquanto seguem sendo acompanhados pelas equipes de saúde.
O resultado é uma amostra da população total de crianças desnutridas, porém evidencia que o empenho das equipes e as estratégias adotadas funcionam e podem ser replicadas. “A avaliação é positiva, tendo em vista que esse número de crianças que foram acompanhadas conseguiu ganhar peso nesse pouco tempo utilizando os protocolos e diretrizes do Ministério da Saúde para tratamento com as fórmulas. O próximo passo é ampliar esse tratamento para que possamos fazer a recuperação na Casai e nos polos-base”, explica Mariana Madruga, integrante do grupo de trabalho de nutrição do COE-Yanomami.
Os protocolos foram estabelecidos a partir do Manual de Atendimento da Criança com Desnutrição Grave em Nível Hospitalar, disponibilizado pelo Ministério da Saúde em 2005 e validado pelas equipes técnicas como importante instrumento para lidar com a crise atual. Como o material dá apoio ao tratamento de pacientes internados em unidades hospitalares, foi preciso que os profissionais liderados pelo COE-Yanomami fizessem adaptações à realidade dos pacientes na Casai de Boa Vista.
Isso demandou que fossem utilizadas as experiências locais das pessoas que atuam no Distrito de Saúde Indígena Yanomami (DSEI-Y), dos servidores da Casai, das Secretarias de Saúde Indígena, Atenção Primária e Atenção Especializada do Ministério da Saúde, além do apoio e expertise dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do programa Médicos Sem Fronteiras (MSF).
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