Algumas estratégias para tornar o Brasil autossuficiente na produção e menos dependente da importação de fertilizantes foram discutidas durante o “Fórum de Fertilizantes”, realizado nesta quinta-feira (1º/09), no auditório da Suframa. A atividade é integrante do “Projeto Amazônia 2040: cenários prospectivos e agenda estratégica para o Desenvolvimento”, promovida pela Autarquia.
O superintendente da Suframa, Algacir Polsin, destacou a importância do “Amazônia 2040”, ao reunir especialistas e representantes de setores estratégicos para discutir desafios atuais e tendências para o futuro dos segmentos econômicos, com o objetivo de formar alianças para planejar e executar soluções para as principais demandas. “O aproveitamento sustentável das riquezas localizadas sob o solo da Amazônia tem um grande potencial para o desenvolvimento, por exemplo, de um polo de produção de potássio; criação de utilização de bioinsumos, enfim, fatores que podem incrementar o ecossistema de fertilizantes no Brasil e contribuir com o fortalecimento do agronegócio do País”, observou.
O secretário especial de Produtividade e Competitividade, Alexandre Ywata, salientou a relevância dos fertilizantes em resultados como a produção recorde da safra de 2022, estimada em 271,4 milhões de toneladas de grãos e também frisou projetos do governo na regularização fundiária e segurança alimentar.
O secretário executivo do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), José Carlos Polidoro, explicou que a alta dependência externa de fertilizantes é a principal vulnerabilidade do agronegócio brasileiro, setor responsável por quase 30% do PIB nacional e 26% do total de empregos no País. “O Brasil exporta mais de 80% dos fertilizantes que usa. São US$ 15 bilhões por ano. O Plano de Fertilizantes do Brasil entende que o Amazonas e a Região Norte podem ser protagonistas do agronegócio, sem desmatamento e com sustentabilidade ambiental, com a produção de fertilizantes”, detalhou Polidoro.
Para exemplificar, Polidoro citou os potenciais de reservas localizadas na região para a produção de potássio. Fazendinha: 478 milhões de toneladas; Ariri, Itacoatiara: 675 milhões de toneladas; e Autazes: 767 milhões de toneladas de minério silvinita.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Angelus Figueira, destacou os planos do Amazonas para aproveitar também as reservas localizadas no Estado para produzir, além do potássio, sulfatos de amônia e ureia. Figueira também enfatizou a pretensão de utilizar o fórum promovido pela Suframa para reunir subsídios técnicos visando ao alinhamento do Amazonas à Política Nacional de Fertilizantes, o que tornará o Estado o segundo da União a desenvolver tal planejamento.
O superintendente-adjunto de Projetos e Desenvolvimento Regional da Suframa, Manoel Amaral Filho, destacou que parte dos recursos provenientes das atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), nos termos da Lei de Informática na Amazônia, podem ser utilizados para impulsionar o setor de fertilizantes na região. “Em 2021, esses recursos totalizaram R$ 1,6 bilhão. Valor suficiente para catalisar a diversificação de matrizes econômicas na região, como é o caso da produção de fertilizantes”, observou.
Meta
O Brasil é hoje o quarto consumidor global de fertilizantes, atrás apenas de China, Índia e Estados Unidos, e o maior importador do mundo de NPK. O Plano Nacional de Fertilizantes no Brasil, lançado em março deste ano, o governo federal projeta reduzir a dependência brasileira da importação dos insumos dos atuais 85% para 45% até 2050.