Setembro Amarelo é uma campanha vital que visa a prevenção do suicídio e o enfrentamento da violência autoprovocada. Em 2024, o mês de setembro trouxe à tona dados chocantes da Fundação de Vigilância em saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). O boletim epidemiológico revelou um total de 1.073 casos de violência autoprovocada e 345 óbitos por suicídio no estado do Amazonas.
Os dados mostram que a maioria das vítimas de lesões autoprovocadas são mulheres, representando 62,2% dos casos, enquanto os óbitos por suicídio ocorreram majoritariamente entre homens, com 80,9% dos óbitos registrados nesta categoria. A faixa etária mais afetada é a de jovens adultos, entre 15 e 29 anos, tanto nas tentativas de suicídio quanto nas mortes confirmadas.
Os métodos mais comuns nos casos de violência autoprovocada incluem envenenamento e intoxicação, enquanto o enforcamento destacou-se como o principal meio utilizado nos óbitos. Esse cenário alarmante é motivo de grande preocupação e reflete a necessidade urgente de desenvolver programas de apoio que tratem da saúde mental e de prevenção às violências.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, enfatiza que a monitorização desses dados é crucial para a formulação de estratégias de prevenção em relação ao suicídio. Segundo Amorim, “a violência autoprovocada e o suicídio são problemas de saúde pública que exigem ações intersetoriais.” O engajamento da sociedade e a aplicação de políticas públicas adequadas são fundamentais para melhorar essa situação.
O boletim também trouxe informações sobre os locais onde as ocorrências mais frequentemente acontecem. Segundo os dados, as residências são os principais locais das tentativas (89%) e dos óbitos (68,7%). Isso aponta para a importância de promover um ambiente seguro e de apoiar as famílias.
Os municípios que mais apresentaram problemas relacionados à violência autoprovocada foram Envira, Carauari e Eirunepé, enquanto os maiores índices de mortalidade por suicídio foram registrados em Amaturá, Barreirinha e São Gabriel da Cachoeira. Esses dados revelam a gravidade do fenômeno e a necessidade de intervenções direcionadas nessas localidades específicas.
A coordenadora da Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) da FVS-RCP, Cassandra Torres, reforçou a preocupação com a vulnerabilidade de certos grupos populacionais, especialmente jovens de comunidades em situação de desigualdade social, como os povos indígenas. A violência autoprovocada é um reflexo das tensões sociais que esses grupos enfrentam. Portanto, a implementação de estratégias específicas para cada território é uma prioridade.
Além de monitorar a saúde mental, a FVS-RCP e demais organizações devem reunir esforços para fortalecer não apenas os serviços de saúde, mas também áreas como educação e assistência social, visando à equidade e justiça social.
Para obter informações mais detalhadas, o boletim completo está disponível no site da FVS-RCP: [www.fvs.am.gov.br](http://www.fvs.am.gov.br/). É vital que todos se unam para fazer a diferença na luta contra o suicídio e a violência autoprovocada durante o Setembro Amarelo e além.
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