Aedes aegypti é um dos mosquitos mais conhecidos por ser vetor de diversas doenças, incluindo dengue, zika e chikungunya. No contexto da saúde pública em Manaus, a Prefeitura de Manaus, através da Secretaria Municipal de saúde (Semsa), iniciou o 3º Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2025. O objetivo desse levantamento é identificar o nível de risco para a população, garantindo que as ações de combate ao mosquito sejam efetivas e direcionadas aos lugares que mais precisam.
Durante o levantamento, uma equipe de 306 profissionais, incluindo Agentes Comunitários de saúde (ACSs) e Agentes de Controle de Endemias (ACEs), percorrerá 25.764 imóveis em 63 bairros, localizados nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste de Manaus. Essa ação se mostra crucial, pois o Aedes aegypti PODE gerar surtos de doenças que impactam a saúde da população, e a análise de dados em tempo real permite que a prefeitura tome decisões informadas.
“O LIRAa é uma estratégia para obter o índice de infestação do Aedes aegypti nos imóveis, determinando o nível de risco para as doenças transmitidas por esse mosquito. Os resultados podem variar entre baixo, médio e alto risco”, afirmou Alciles Comape, chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa. Essa informação é fundamental, pois permite direcionar as ações de prevenção de forma mais eficaz, protegendo as áreas mais vulneráveis aos surtos.
Durante as visitas, os agentes de saúde não apenas verificam a presença do Aedes aegypti, mas também realizam a identificação e coleta das formas imaturas do mosquito (larvas), além de eliminar ou tratar potenciais criadouros. É essencial que a população receba essas equipes de forma colaborativa, pois essa interação garante que o levantamento seja completo e eficiente.
O primeiro LIRAa de 2025, realizado entre 17 e 27 de março, revelou um índice de infestação de 2,2%. O segundo levantamento, executado entre 30 de junho e 10 de julho, mostrou uma queda para 1,4%, posicionando Manaus em um nível de risco médio. Com essa consistentemente manutenção de um nível de risco intermediário, a expectativa é de que o terceiro LIRAa também demonstre números semelhantes, principalmente por conta da diminuição das chuvas neste período do ano.
Casos confirmados de dengue em Manaus entre janeiro e agosto deste ano totalizam 874, representando uma redução de 64,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo com esta redução, a população deve continuar atenta e colaborativa, pois a presença do Aedes aegypti ainda representa uma ameaça significativa.
É importante ressaltar que, além da dengue, o LIRAa também monitora outras doenças como zika e chikungunya. Este ano, foram confirmados oito casos de zika e um aumento de 60 casos de chikungunya, o que demonstra a importância de uma vigilância constante.
Mudanças climáticas e o aumento das temperaturas podem afetar o ciclo de vida do Aedes aegypti, impactando a incidência dessas doenças. Marinélia Ferreira, diretora de Vigilância Epidemiológica, alerta que o aumento da temperatura acelera o processo de desenvolvimento do mosquito, tornando a situação ainda mais delicada e exigindo atenção da população.
Além de identificar e analisar a presença do Aedes aegypti, os profissionais de saúde enfatizam a necessidade do diagnóstico diferencial entre dengue, zika e chikungunya, visto que os sintomas podem ser similares. É essencial que a população esteja ciente dos sintomas e busque orientação médica ao perceber qualquer sinal de doença.
O levantamento do LIRAa será realizado até o dia 19 de setembro, e, após a consolidação dos dados, a Semsa irá divulgar o índice de infestação e o nível de risco para cada uma das zonas e bairros de Manaus. A colaboração da comunidade é fundamental para a eficácia das ações de controle e prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.