Sífilis é uma preocupação crescente em Manaus, onde a situação tem chamado a atenção das autoridades de saúde. A Prefeitura de Manaus, através da Secretaria Municipal de saúde (Semsa), revelou que, em 2025, a cidade registrou 2.479 casos de sífilis adquirida em adultos. Dentre esses casos, a maioria, representando 63,7%, ocorreu em indivíduos com idades entre 20 e 39 anos. Contudo, o aumento notável se dá entre as pessoas de 15 a 29 anos, totalizando 1.287 casos de sífilis adquirida até o dia 10 de outubro deste ano.
A análise da situação da sífilis entre os jovens revela um crescimento alarmante. De acordo com a enfermeira Ylara Enmily Costa, especializada no Núcleo de Controle de HIV/Aids, IST e Hepatites Virais da Semsa, a série histórica demonstra que em 2024 o número de casos de sífilis em jovens de 15 a 29 anos saltou para 1.777, resultando em um crescimento significativo de 33,7% em relação a 2020, onde foram reportados 1.329 casos.
Esse aumento na incidência de sífilis entre os jovens é preocupante e ressalta a importância da conscientização e da educação sobre saúde sexual. A enfermeira Ylara aponta que a adesão ao uso de preservativos é extremamente baixa nesse grupo etário. Em uma pesquisa realizada em 2019 pelo Ministério da saúde, foi constatado que 60% dos jovens não utilizavam camisinha em suas relações sexuais.
Além da baixa utilização de preservativos, existem outros fatores de risco que contribuem para a disseminação da sífilis entre jovens. O início precoce da vida sexual, a multiplicidade de parceiros e a utilização de substâncias como álcool estão entre os comportamentos que elevam o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
“Os jovens apresentam comportamentos que aumentam o risco de contrair sífilis. Há uma tendência de declínio no uso de preservativos entre esse público, o que é alarmante”, ressalta Ylara. Esse cenário torna urgente a ação dos gestores e profissionais de saúde em campanhas educativas e ações de prevenção.
Além disso, um grupo demográfico que não deve ser esquecido é o dos idosos, com idade acima de 60 anos. A enfermeira Ylara Costa enfatiza que muitos profissionais de saúde não oferecem a testagem de sífilis para essa população, presumindo que não possuem uma vida sexual ativa. No entanto, isso é um equívoco, e a testagem rápida deve ser incentivada entre os idosos, que também precisam estar cientes dos riscos associados às ISTs.
Nesse contexto, a Prefeitura de Manaus promove a campanha “Outubro Verde” para alertar a população sobre os riscos da sífilis e reforçar a necessidade de prevenção. A campanha intensifica ações de conscientização e controle, especialmente sobre a sífilis congênita, que PODE ter consequências severas ao ser transmitida da mãe para o bebê durante a gestação.
Em 2025, Manaus registrou 1.637 casos de sífilis em gestantes e 222 casos de sífilis congênita. As iniciativas da Semsa incluem testagens rápidas e garantias de tratamento gratuito nas unidades de saúde para todas as pessoas diagnosticadas. As gestantes têm acesso a testes rápidos logo no início do pré-natal, sendo enfatizada a importância de comparecer a todas as consultas e seguir as orientações médicas.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. Na fase primária, os sintomas podem incluir feridas nos órgãos genitais. Em consequência do tratamento não adequado ou da sua ausência, a infecção PODE levar a situações extremamente graves em fases posteriores. Portanto, a conscientização para prevenir e tratar a sífilis é fundamental.
Em 2024, o registro de casos em Manaus indicou 3.772 casos de sífilis adquirida e 1.683 casos em gestantes. As unidades de saúde em Manaus estão sempre oferecendo informações sobre práticas seguras e disponibilizando preservativos tanto internos quanto externos, reafirmando o comprometimento com a saúde pública e a prevenção de infecções.
A luta contra a sífilis e outras ISTs é um esforço contínuo que requer a colaboração de toda a sociedade, especialmente entre os jovens. Os gestores de saúde seguem focados em estratégias que diminuam a incidência da sífilis e aumentem a proteção, por meio do uso de preservativos, informações adequadas e acesso a testes.